quinta-feira, 30 de outubro de 2008
O golpista e o vendedor de rede
Muitas vezes a ganância e as possibilidades do dinheiro fácil levam a situações de riscos que podem custar a liberdade
Era final de tarde quando o telefone de casa tocou. Ao atender percebi que se tratava de uma voz desconhecida. Do outro lado da linha o homem se identificou como membro da diretoria de uma empresa telefônica da cidade. A novidade era que o meu nome tinha sido sorteado para receber um prêmio, no entanto, era preciso que eu comprasse cartões telefônicos para ter acesso ao tal prêmiação. Na hora percebi que se tratava de um golpe. Mesmo porque, há poucos dias havia sido alertada pela internet sobre este assunto. Com cautela fui dando corda para o golpista, num determinado momento, ele entrou em contradição, daí foi minha vez de falar.
- Você esta pensando que sou otária, seu bandido, vai trabalhar...
- Tum, tum, tum ! Ouvi do outro lado da linha.
Meu amigo Arnaldo contou que quase caiu no golpe do cheque roubado. Conseguiu se safar, no entanto, o mesmo não aconteceu com Manuel, o vendedor de redes.Arnaldo lembrou que estava na fila do banco quando um jovem lhe pediu para trocar um cheque de R$200,00, em troca receberia R$ 50,00 pelo favor prestado. Na hora questionou porque o próprio moço não fazia a troca.
- É que estou sem documento aqui, disse o jovem.
- Eu não vou trocar porque não sei a procedência desse cheque, respondeu meu amigo.
Ao ver que daquele mato, não sairia coelho, o golpista abordou um vendedor de nome Manuel que comercializa redes na calçada em frente ao banco. Papo vai e papo vem, em poucos instantes lá estava ele na fila do banco para trocar o tal cheque. A moça do caixa, pediu o RG, a assinatura e sumiu para o fundo da agência. Voltou minutos depois com um policial e o gerente que disse:
- Onde o senhor consegui este cheque roubado.
- Roubado. Ai meu Deus. Na verdade não é meu, é daquele moço lá fora. Tentou explicar Manuel.
Ao perceber a confusão o jovem, passou a mão em uma rede e saiu correndo pelas ruas. O policial não perdeu tempo e foi na caça do golpista gritando pega ladrão. Alguns metros dali um grupo de vendedores de redes, ajudaram na busca e alcançaram o bandido. Na delegacia o delegado colocou Manuel e o golpista frente a frente e disse:
- Quero saber qual é o grau de amizade entre o dois.
- Ele roubou o cheque. Incriminou o bandido, apontado o dedo para Manuel.
- È mentira delegado, eu apenas vendi aquela rede para ele. Disse o vendedor.
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Sonhei com cobra, mas deu galo
Tinha até feito planos para gastar o prêmio. Quem sabe aquela viagem para Bonito, uma TV de plasma, trocar o carro. Afinal, sonhar não custa nada”
O jogo do bicho, mesmo sendo ilegal, é uma atividade comum nas famílias brasileiras. Em Londrina existem centenas de banquinhas, cada uma com suas características. Algumas também vendem caldo de cano, sorvete italiano, revistas usadas e tem as bancas São Jorge, do Seu Luiz, da sorte.... No meu bairro tem a banca Quatro Patas! Talvez o nome seja um incentivo para se jogar no cavalo, vaca, gato, cachorro, urso. Se for por ai, é uma tremenda injustiça com o avestruz, águia, pato, galo. Epa. Por falar em galo, outro dia tive um sonho esquisito. Sonhei com uma cobra dentro de um rio que saia de um buraco na pedra. Ainda no sonho, fui na banca Quatro Patas e joguei na cobra, mas perdi o dinheiro porque deu burro. Achei esquisito porque eu não sei e não costumo jogar. Todavia, ao acordar corri contar para um amigo, grande entendedor do assunto, sobre o tal sonho. Ele me disse
- Mas bicho de água é jacaré
-Só que deu burro, e agora? Respondi
-Então vamos pegar o final do burro, do jacaré e da cobra e jogar na centena. Interpretou meu amigo.
E la´ foi ele para a banca Quatro Patas, com R$ 5 reais no bolso. No final da tarde, a noticia.
- Hi! deu galo.
- Mas como, galo, porque? Perguntei indignada
- Também fiquei chateado, tinha até feito planos para gastar o prêmio. Quem sabe aquela viagem para Bonito, uma TV de plasma com home theater, trocar o carro. Afinal sonhar não custa nada. Disse o colega.
Jogar no bicho não é uma tarefa fácil.Minha irmã era viciada. Até o dia que meu cunhado disse: Ou o jogo ou eu! Coitada, teve de jogar fora o caderninho com suas milhares e centenas anotadas. Tinha de tudo naquele caderno, placas de carro, telefones, datas de aniversários, ceps do Brasil inteiro, números de casas, até de túmulos. Outro dia uma colega do trabalho me contou que avó dela também era viciada em jogo do bicho. Segundo ela, a velhinha todos aos dias, ao fazer o café, observava o desenho deixado pela borra. Naquele nevoeiro do vapor, ela identificava o número do dia. E foi esta mesma colega que me explicou porque deu galo naquele jogo feito conseqüência do meu sonho maluco. Ela disse.
- Você já ouviu aquela expressão: vai cantar de galo. Então, é isso, o galo protege a galinha da cobra. Interpretou.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
O jovem, a mãe e o IRA
Bruno era um considerado um bom garoto até que sua mãe resolveu se casar novamente. Ele precisou ouvir elogios à mãe, de um desconhecido, para lhe dar o devido valor.
Falar a mesma linguagem que os filhos parece ser uma tarefa fácil. Mas não é. Pensar que o diálogo já começa ainda na barriga, fica mais complicado ainda. E quando eles se tornam adolescentes? Ai meu Deus! Uma amiga disse que outro dia convidou seu filho de 13 anos para ir ao cinema e ele respondeu: Que mico hein mãe!
Isso não é nada comparado com o que aconteceu com outra colega de trabalho. Segundo ela, a relação com seu filho Bruno de 18 anos estava cada dia mais tumultuada. Tudo começou depois que ela decidiu se casar com um advogado chamado Vargas.
Ela conta que a convivência estava insustentável. Logo pela manhã, o bom dia era substituído por um “tô saindo fora”. Quando aparecida em casa para o almoço ou jantar, nunca sentava-se à mesa . Suas refeições eram sempre em frente da tv com os dois coturnos pretos em cima do sofá. De cada dez palavras ditas uma para o outro, pelo menos a metade era NÃO.
- Tenha paciência, é só uma fase. Diziam as amigas.
Cansada, ela buscou na terapia uma alternativa para melhorar a relação. E foi no divã que lhe sugeriram a convencê-lo a arrumar um emprego. Afinal mente vazia é ferramenta do diabo.
Em casa o debate foi iniciado:
-Mãe preciso de dinheiro para comprar o novo CD do IRA. Disse o jovem
-Não tenho!Você precisa trabalhar e ter seu próprio dinheiro para comprar suas coisas. Respondeu enfaticamente a mãe.
-Mas trabalhar onde? Perguntou Bruno.
Foi mais fácil do que ela pensava. Em pouco tempo ela conseguiu uma vaga de vendedor em uma loja de roupas masculinas num shopping..
Um dia, enquanto Bruno arrumava as prateleiras de camisetas esportivas, ouviu uma conversa entre o dono da loja com um velho amigo.
- Quanto tempo! Você tem visto o Varguinha? Perguntou o amigo do patrão
- É,de vez enquando eu o encontro por ai. Respondeu o chefe do rapaz.
- Fiquei sabendo que ele estava na pior e encontrou uma mulher maravilhosa, linda que mudou a sua vida. Comentou o amigo do patrão que continuou rasgando elogios para esposa do Varguinha mesmo sem conhecê-la.
Em seguida, após escolher duas meias escuras para comprar ele perguntou:
- Funcionário novo?
- É, esse é o Bruno. Sabe de quem ele é filho? Da mulher do Varguinha.
- Olha garoto eu não conheço sua mãe mas sei que ela é uma mulher extraordinária, meus parabéns. Disse apertando fortemente a mão do rapaz.
Ao chegar em casa, orgulhoso, o jovem abraçou a mãe e foi logo perguntando.
- Mãe como você conheceu o Varguinha, quero dizer o Vargas?
- Num show do IRA , respondeu aos risos a mãe.
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
O stress nosso de cada dia
Gilda era acostumada a estacionar sempre no mesmo lugar. Um dia resolve pegar uma carona com esposo para o trabalho. Na hora do almoço, a surpresa: Será que roubaram o nosso carro?
O dia amanheceu ensolarado naquela manhã de inverno. Após oferecer o café da manhã para os filhos, Gilda se prepara para mais um dia de trabalho numa industria da cidade. No entanto, naquele dia a rotina da família estava alterada porque as crianças não teriam aula. Era dia de reunião pedagógica dos professores.
Devido a uma crise financeira que assolou a família, há tempos que o casal é obrigado a se “virar” com apenas um carro. Cabe à Gilda, levar o esposo ao emprego, deixar as crianças na escola, fazer supermercado, a feira, enfim todos os afazeres de uma dona de casa, além das suas funções como secretária que ele exerce há mais de 12 anos.
Mas naquela manhã tudo seria diferente. Ela resolveu inverter o processo, ou seja, o esposo Julio a deixaria na prefeitura. Afinal as crianças não teriam aula e ela não precisaria se desgastar tanto.
No trabalho, faltava alguns minutos para o meio dia, Gilda desliga rapidamente o computador e começa a procurar as chaves do carro. Colocou tudo pra fora da bolsa: celular, batom, agenda, caneta, carteira, e nada. Pensou que poderia ter esquecido no contato do carro ou mesmo na porta. Mas resolveu procurar melhor. Olhou encima e debaixo das mesas, vasculhou as gavetas, os armários, caixinhas de clips e nada.
Sem sucesso, resolveu descer rapidamente as escadas e foi direto para estacionamento se dirigindo automaticamente para a quinta vaga da terceira fileira do lado esquerdo, afinal fazia três anos que ela só estacionava naquele lugar. Ao se deparar com a vaga vazia, pensou: Roubaram o carro! Sem titubear, ligou para o esposo Julio para contar o ocorrido e ouvir o que deveria fazer. Enquanto isso dezenas de pessoas começaram a presenciar seu desespero. Alguns diziam:
- Coitada, que azar!
- Tem de por alarme, fazer seguro, senão roubam mesmo!
Um celular toca. Do outro lado da linha, o esposo Julio, responde:
- Como assim roubaram o carro? Já chamou a polícia!
Nesta altura, quase chorando, Gilda liga para o 190 e explica tudo para o atendente.
- Encaminharemos uma viatura no local. Respondeu o policial.
Enquanto esperava, os amigos de trabalho tentavam acalmá-la, afinal não iria ser fácil comprar outro carro. A policia chegou e o soldado com uma prancheta nas mãos começou a perguntar: nome completo, RG, CPF, endereço comercial, residencial, telefones e enfim disse:
- O que aconteceu minha senhora?
- Olha seu guarda, todos os dias eu estaciono aqui e hoje quando vim pegar o carro não tinha nada, acho que foi roubado, só pode!
O dialógo é interrompido pelo toque do celular. Do outro lado da linha, o esposo Julio diz:
- Você ficou louca mulher! Esqueceu que eu te levei pro trabalho hoje cedo. O carro esta aqui na minha frente!
Sem saber se ria ou chorava, ela pediu licença para o policial, se afastou um pouco. Disfarçou no telefone, gesticulando de um lado pro outro. Após desligar o aparelho, voltou vagarosamente para viatura e disse.
- Então seu guarda. Eu queria pedir desculpas porque o carro esta com....
...o seu marido? Completou o policial, já rasgando a ficha preenchida minutos atras.
- É, mas como o senhor sabe?
- Fica tranqüila dona, isto sempre acontece! Respondeu o policial.
O dia amanheceu ensolarado naquela manhã de inverno. Após oferecer o café da manhã para os filhos, Gilda se prepara para mais um dia de trabalho numa industria da cidade. No entanto, naquele dia a rotina da família estava alterada porque as crianças não teriam aula. Era dia de reunião pedagógica dos professores.
Devido a uma crise financeira que assolou a família, há tempos que o casal é obrigado a se “virar” com apenas um carro. Cabe à Gilda, levar o esposo ao emprego, deixar as crianças na escola, fazer supermercado, a feira, enfim todos os afazeres de uma dona de casa, além das suas funções como secretária que ele exerce há mais de 12 anos.
Mas naquela manhã tudo seria diferente. Ela resolveu inverter o processo, ou seja, o esposo Julio a deixaria na prefeitura. Afinal as crianças não teriam aula e ela não precisaria se desgastar tanto.
No trabalho, faltava alguns minutos para o meio dia, Gilda desliga rapidamente o computador e começa a procurar as chaves do carro. Colocou tudo pra fora da bolsa: celular, batom, agenda, caneta, carteira, e nada. Pensou que poderia ter esquecido no contato do carro ou mesmo na porta. Mas resolveu procurar melhor. Olhou encima e debaixo das mesas, vasculhou as gavetas, os armários, caixinhas de clips e nada.
Sem sucesso, resolveu descer rapidamente as escadas e foi direto para estacionamento se dirigindo automaticamente para a quinta vaga da terceira fileira do lado esquerdo, afinal fazia três anos que ela só estacionava naquele lugar. Ao se deparar com a vaga vazia, pensou: Roubaram o carro! Sem titubear, ligou para o esposo Julio para contar o ocorrido e ouvir o que deveria fazer. Enquanto isso dezenas de pessoas começaram a presenciar seu desespero. Alguns diziam:
- Coitada, que azar!
- Tem de por alarme, fazer seguro, senão roubam mesmo!
Um celular toca. Do outro lado da linha, o esposo Julio, responde:
- Como assim roubaram o carro? Já chamou a polícia!
Nesta altura, quase chorando, Gilda liga para o 190 e explica tudo para o atendente.
- Encaminharemos uma viatura no local. Respondeu o policial.
Enquanto esperava, os amigos de trabalho tentavam acalmá-la, afinal não iria ser fácil comprar outro carro. A policia chegou e o soldado com uma prancheta nas mãos começou a perguntar: nome completo, RG, CPF, endereço comercial, residencial, telefones e enfim disse:
- O que aconteceu minha senhora?
- Olha seu guarda, todos os dias eu estaciono aqui e hoje quando vim pegar o carro não tinha nada, acho que foi roubado, só pode!
O dialógo é interrompido pelo toque do celular. Do outro lado da linha, o esposo Julio diz:
- Você ficou louca mulher! Esqueceu que eu te levei pro trabalho hoje cedo. O carro esta aqui na minha frente!
Sem saber se ria ou chorava, ela pediu licença para o policial, se afastou um pouco. Disfarçou no telefone, gesticulando de um lado pro outro. Após desligar o aparelho, voltou vagarosamente para viatura e disse.
- Então seu guarda. Eu queria pedir desculpas porque o carro esta com....
...o seu marido? Completou o policial, já rasgando a ficha preenchida minutos atras.
- É, mas como o senhor sabe?
- Fica tranqüila dona, isto sempre acontece! Respondeu o policial.
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