sexta-feira, 20 de junho de 2008
Sonhei com cobra, mas deu galo
Tinha até feito planos para gastar o prêmio. Quem sabe aquela viagem para Bonito, uma TV de plasma, trocar o carro. Afinal, sonhar não custa nada”
O jogo do bicho, mesmo sendo ilegal, é uma atividade comum nas famílias brasileiras. Em Londrina existem centenas de banquinhas, cada uma com suas características. Algumas também vendem caldo de cano, sorvete italiano, revistas usadas e tem as bancas São Jorge, do Seu Luiz, da sorte.... No meu bairro tem a banca Quatro Patas! Talvez o nome seja um incentivo para se jogar no cavalo, vaca, gato, cachorro, urso. Se for por ai, é uma tremenda injustiça com o avestruz, águia, pato, galo. Epa. Por falar em galo, outro dia tive um sonho esquisito. Sonhei com uma cobra dentro de um rio que saia de um buraco na pedra. Ainda no sonho, fui na banca Quatro Patas e joguei na cobra, mas perdi o dinheiro porque deu burro. Achei esquisito porque eu não sei e não costumo jogar. Todavia, ao acordar corri contar para um amigo, grande entendedor do assunto, sobre o tal sonho. Ele me disse
- Mas bicho de água é jacaré
-Só que deu burro, e agora? Respondi
-Então vamos pegar o final do burro, do jacaré e da cobra e jogar na centena. Interpretou meu amigo.
E la´ foi ele para a banca Quatro Patas, com R$ 5 reais no bolso. No final da tarde, a noticia.
- Hi! deu galo.
- Mas como, galo, porque? Perguntei indignada
- Também fiquei chateado, tinha até feito planos para gastar o prêmio. Quem sabe aquela viagem para Bonito, uma TV de plasma com home theater, trocar o carro. Afinal sonhar não custa nada. Disse o colega.
Jogar no bicho não é uma tarefa fácil.Minha irmã era viciada. Até o dia que meu cunhado disse: Ou o jogo ou eu! Coitada, teve de jogar fora o caderninho com suas milhares e centenas anotadas. Tinha de tudo naquele caderno, placas de carro, telefones, datas de aniversários, ceps do Brasil inteiro, números de casas, até de túmulos. Outro dia uma colega do trabalho me contou que avó dela também era viciada em jogo do bicho. Segundo ela, a velhinha todos aos dias, ao fazer o café, observava o desenho deixado pela borra. Naquele nevoeiro do vapor, ela identificava o número do dia. E foi esta mesma colega que me explicou porque deu galo naquele jogo feito conseqüência do meu sonho maluco. Ela disse.
- Você já ouviu aquela expressão: vai cantar de galo. Então, é isso, o galo protege a galinha da cobra. Interpretou.
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