Quando criança, ao levar uma bronca de sua mãe, abraçava árvores; na véspera do seu casamento, foi ao parque a abraçou muitas árvores
Era uma vez uma menina que gostava de abraçar árvores!
Pata-de-vaca, Ipê-roxo, Pau-brasil, Aroeira, Jambolão, Peroba-rosa, Embuia, Paineira, não importava a espécie, nem o tamanho do tronco, ela abraçava todas.
Quando criança ao levar uma bronca da sua mãe, abraçava árvores. Após chorar pela morte do seu cão, abraçava árvores. Na adolescência, quando descobriu que seu primeiro amor, gostava da sua melhor amiga, abraçava árvores. Na juventude ao sentir a alegria de ver seu nome na lista dos aprovados no vestibular, abraçou árvores.
Quando já mulher, se deparava com as provas diárias dos relacionamentos, abraçava arvores. Na véspera do seu casamento, foi ao parque a abraçou muitas árvores. Após a dieta do sua primeira filha, abraçou arvores .
Alguns anos depois, ao caminhar pelo parque com sua criança, não se surpreendeu ao ver a pequena agarrada no tronco de um pequeno pé de Ipê. Como pode ser tão igual? Pensou a mulher enquanto se preparava para abraçar mais um pé de Eucalipto.
Fico me perguntando o que leva uma pessoa a perder tanto tempo abraçando árvores por ai? Seria um cacoete. Uma mania esquisita. Por que não abraçar pessoas ao invés de árvores? Talvez devido a correria da vida, afinal são poucos que se propõe a um abraço demorado, sem palavras. Troca de energias.Compartilhar com a planta a alegria, a tristeza, o sofrimento e a dor. Receber da mesma a quietude e tranquilidade. Cumplicidade sem palavras.
Um dia, ao assistir na TV uma matéria que falava sobre o corte ilegal de árvores , lembrei-me daquela menina. Fiz uma prece ao Criador e implorei a Ele que não permita que um dia nossas crianças não tenham mais árvore para abraçar.
quarta-feira, 9 de março de 2011
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