segunda-feira, 2 de maio de 2011

Cotidiano de uma esportista amadora

Enquanto corro, medito sobre o trabalho e projetos inacabados. Proponho no coração de ser uma pessoa melhor, de falar menos e ouvir mais. Faço uma prece sem palavras

Como é bom acordar cedo e correr as margens do Lago Igapó. Há alguns anos transformei isso numa rotina. Incialmente por causa de determinação médica. " Você precisa fazer uma atividade física, perder peso", dizia-me o doutor. Mas, com o tempo se transformou em puro prazer.

A atitude faz com que,  a cada dia, eu me conheça mais. Descobri que prefiro correr porque não tenho paciência para caminhar.  Após cada passo, um encontro. Pessoas com cheiro de amaciante, com fone de ouvido, bonés e  chapéus provocantes.

 De onde menos se espera vem um lindo sorriso acompanhado de bom dia. Outro caminhante  fecha a cara como se dissesse: "me deixe quieto". As vezes invejo os cães que não deixam de comprimentar, digo se cheirar. Já o meu poodle, Banzé, tenho de levar na guia, senão ele se joga no lago ou do nada resolve enfrentar o pitbull do jovem de peitoral acentuado pela camiseta regata. Uau...

Durante o percusso, penso na palavra não dita, reflito sobre o perdão que precisa de ser liberado, na noite de amor, no conflito com o filho adolescente. Medito sobre meu trabalho e projetos inacabados. Proponho no coração de ser uma pessoa melhor, de falar  menos e ouvir mais. Faço uma prece sem palavras.

Ao meu encontro  camisetas com frases de lembranças de Porto Seguro, Fortaleza, Disney e  Guaratuba. O vento seca o suor que corre no meu rosto.  A respiração já ofegante demonstra meu esforço, perseverança e disciplina. Ao chegar no Zerão, exercícios nos aparelhos da academia popular e  um breve alongamento. De volta para casa, a sensação de missão cumprida e a certeza que o meu dia será bom, muito bom.